quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Irresoluto

Não lhe faltava nada. Era magra, alta, linda. Tinha emprego, bom saldo bancário, mantinha-se na academia e estava matriculada na faculdade. Havia um amor, daqueles bem sinceros, pronto pra lhe socorrer – mas não queria ser socorrida. Sem pensar nos namoricos passageiros sem compromisso algum com os quais se divertia – mas eram só instantâneos, depois sentia náusea se tornasse a pensar neles. Frequentava bons bares e jogava de vez em quando.
E estava ali, parada, sem porque nenhum, caçando exclamação em céu de interrogação. Ninguém sabia o porque. Ela mesma não sabia. Ou talvez soubesse. Vagava agora num horizonte sem fim, atrás de borboletas. E sonhava vez em quando sem querer acordar.
Então, lambeu os dedos sujos de chocolate, sentiu um gosto amargo, pensou na paixãozinha vagabunda, nas borboletas, nos acordes, naquela inquietude interior, que aos olhos alheio pareciam mais silêncio, e escreveu sem pensar:

"Serão só andorinhas?"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Malogro de uma esperança

A verdade é que essa coisa, que ousamos chamar de amor sem cuidado nenhum, muitas vezes não é amor. Sendo assim, a palavra decepção, que por sinal também usamos com descuido, não seria um exagero?

domingo, 2 de janeiro de 2011

01h01

E nada tem o menor sentido que seja. Nem mesmo eu. Muito menos eu. Quem sou eu?