domingo, 30 de maio de 2010

26 de Maio

Talvez essa seja a primeira coisa alegre que lhe escrevo. Como agora as palavras sempre me faltaram. Mas confesso não levar jeito com a alegria. A tristeza no entanto, me parecia um silêncio. Um mundo de palavras mudas. Enquanto agora, as palavras querem falar por si próprias, querem gritar alto, e gritar. Ou falar baixo, ao pé do ouvido. Até aceita ficar ali, na prosa do eu com o mim. Mas tanto faz, nada muda a intensidade, o ansei, o desejo.
E sim, cairam lágrimas, mas me pareciam doces e eram cheias de uma sensação boa. Elas não vieram cheias do vazio, dispersas por qualquer lugar desconhecido como antes. Não tem como explicar, ou ter algum tipo de certeza diferente da anterior. O destino é escrita a rascunho, e a direção tomada é a caneta, o enrredo definitivo. Pode-se acreditar naquele esboço, ou não. Tudo é uma questão de escolha própia com uma ponta de interferência alhei. Mas o autor é quem decide o final do livro ou a sucessão de outros.

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